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Os últimos movimentos do PL após as falas de Michelle Bolsonaro no Ceará deixaram claro que o partido entrou em uma fase em que alinhamento ideológico vale mais do que acordos de conveniência. Na Bahia, esse sinal atinge diretamente os prefeitos do União Brasil, que sempre trataram o apoio do PL como um recurso eleitoral temporário. O episódio envolvendo o prefeito Valderico em Ilhéus apenas expôs um padrão repetido em várias cidades: candidatos que venceram embalados pelo discurso conservador e depois se afastaram completamente da base que os elegeu.
A aproximação repentina desses prefeitos ao PL com a chegada do período eleitoral surge como tentativa de recuperar um apoio que já não é automático. Salvador, Feira de Santana e outros municípios repetem a mesma lógica, e o desgaste se intensifica porque as promessas de gestão conservadora nunca se materializaram. O PL nacional passou a enxergar esse movimento como oportunismo e, com a ascensão de Michelle como liderança moral do partido, a cobrança ficou mais explícita.
Nesse contexto, o impacto sobre ACM Neto é inevitável. A memória recente dos ataques que fez a Jair Bolsonaro durante a pandemia continua viva na militância conservadora, e a postura dos prefeitos do União Brasil reforça a leitura de que o partido baiano não cumpre compromissos alinhados à direita. O recado de Michelle foi entendido como uma mudança definitiva nas regras do jogo, com o PL deixando claro que alianças frouxas não terão espaço.
A tendência, agora, é que a ponte entre o bolsonarismo ideológico e o PL da Bahia passe menos pelo presidente estadual da sigla, João Roma, e mais por figuras como o Capitão Alden, que há anos denuncia acordos fisiológicos e promessas não cumpridas. O caso de Ilhéus simboliza o limite dessa velha prática e mostra que o PL decidiu impor consequência a quem tenta usar o partido apenas no período eleitoral.
