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Uma denúncia publicada na coluna “Tempo Presente”, do jornal A Tarde, reacendeu o debate sobre o crescimento patrimonial da família Nogueira, uma das mais tradicionais da política em São Francisco do Conde. O ex-vereador Mário Nogueira, médico, exerceu sete mandatos consecutivos no Legislativo municipal, chegando à presidência da Câmara. Iniciou sua carreira com um padrão de vida modesto, mas deixou a política ostentando sinais de riqueza.
Em 2020, Mário deixou de disputar a reeleição e apoiou o filho, Rafael Nogueira, que se elegeu vereador pelo PSB. Em 2024, após encontrar resistência em alguns partidos, pai e filho ingressaram no PSDB, de onde Rafael tenta manter sua presença política. Rafael é vereador em São Francisco do Conde, mas nasceu em Santo Amaro.
A denúncia publicada por A Tarde levantou suspeitas sobre o uso da política como trampolim para o enriquecimento pessoal. Agora, uma apuração independente traz um dado ainda mais alarmante: segundo informações públicas disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rafael Nogueira declarou possuir patrimônio total de R$ 515 mil. Entre os bens, constam:
1. Apartamento: Unidade 1704, no Condomínio Manhattan, na Avenida Paralela, em Salvador/BA, declarado por R$ 420 mil – valor muito abaixo da realidade de mercado. Imóveis similares no mesmo condomínio são atualmente avaliados em mais de R$ 1,5 milhão, o que representa uma diferença superior a R$ 1,1 milhão;
2. Terra nua: Um terreno localizado na estrada de Campinas, em São Francisco do Conde, declarado por R$ 95 mil.
A subavaliação patrimonial pode configurar crime de falsidade ideológica, conforme o art. 350 do Código Eleitoral, que prevê pena de até cinco anos de reclusão e multa para quem omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.
Além disso, nos bastidores da Câmara Municipal de São Francisco do Conde, aliados e opositores já falam na possibilidade de investigação sobre a estrutura do gabinete de Rafael.
Diante das denúncias, já há quem defenda que o Ministério Público Eleitoral seja provocado e tome as providências necessárias, garantindo a transparência e a legalidade no exercício do mandato.