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Os protestos que bloquearam a Estrada do Coco nos últimos dias, em dois pontos distintos da rodovia, passaram a levantar questionamentos sobre possível motivação política por trás das mobilizações. Embora apresentados como atos reivindicatórios da comunidade, os eventos tiveram articulação direta de figuras e assessores ligados ao grupo político do ex-prefeito Elinaldo.
Em Vila de Abrantes, a manifestação foi conduzida por uma ex-candidata a vereadora em 2024, do PL, que disputou as últimas eleições pelo grupo do ex-prefeito. A mesma é acusada, inclusive, de ter atuado na venda de lotes ilegais. O bloqueio total da via comprometeu o fluxo de veículos e afetou a rotina de quem depende diariamente da rodovia. A ausência de ações semelhantes durante a gestão anterior, quando a localidade enfrentou dificuldades reconhecidas pelos próprios moradores, tem reforçado dúvidas sobre o momento e a motivação da mobilização.
A atual fase de Abrantes também contrasta com o cenário retratado pelos manifestantes. Nos últimos meses, Abrantes recebeu investimentos expressivos, entre eles o shopping viabilizado pelo poder público, o anúncio do novo Centro de Treinamento do Bahia, a atração de 300 milhões de reais em investimentos privados e o Conexão Saúde, maior ação de atendimento já realizada na localidade, oferecendo exames, consultas e entrega de óculos no mesmo dia.
Barra do Pojuca
Em Barra do Pojuca, a condução do protesto seguiu o mesmo padrão. Os bloqueios foram organizados por pessoas próximas aos vereadores Jamessom (PL) e Manoel Jacaré (PP), todos também ligados ao grupo político do ex-prefeito. No passado recente, essas figuras não protagonizaram manifestações para reivindicar melhorias estruturais, apesar de demandas semelhantes existirem. Agora, defendem a instalação de uma UPA, mesmo com o processo de ampliação da rede de urgência e emergência já em curso na região, incluindo a licitação publicada para construção de uma nova unidade em Monte Gordo, a menos de dez quilômetros dali.
As manifestações, embora legítimas enquanto instrumento democrático, chamaram atenção pelo impacto causado ao interromper uma das principais rodovias da região e pelo envolvimento de lideranças que não adotaram postura semelhante no passado. A coincidência entre o momento em que a região começa a receber novos investimentos e o surgimento dessas mobilizações tem alimentado a percepção de que os atos podem estar sendo influenciados por interesses políticos.



